Festival de Parintins: o folclore e a magia do carnaval na Amazônia brasileira.

Em 2010 o 45º Festival de Parintins aconteceu nos dias 25, 26 e 27/06.


O Boi-bumbá na Amazônia foi uma consequência do ciclo da borracha, quando os nordestinos foram tentar a sorte na cultura extrativista do látex. Saíram de uma região pecuarista, e levaram seus costumes, como o Boi-bumbá das festas juninas do nordeste.


Em 2010, o vencedor do Festival de Parintins foi o Boi Caprichoso (18º título).



Num entrelaçado de culturas, como a ibérica e a árabe, impõe-se a cultura indígena na maior festa popular da Amazônia, que atrai milhares de turistas do Brasil e do mundo para assistir de perto, toda a riqueza cênica e a criatividade dos artistas amazonenses.

Boi-bumbá

Boi da elite (de cor preta), Caprichoso 18 x 27 Garantido (de cor branca), o boi do povão. No Festival Folclórico de Parintins quem é azul é Caprichoso, quem é vermelho é Garantido.

CAPRICHOSO
A estrela azul. Começou em 1925 quando moradores de Parintins se reuniram para fundar um Boi-bumbá em homenagem ao Boi Caprichoso, que já existia em Manaus. Mas como tudo é história em Parintins, “dizem que dois cearenses que ali chegaram, criaram o Boi para pagar promessa. Segundo eles, um Boi seria colocado para dançar nas festas de São João, caso os dois tivessem sucesso na nova terra”.

GARANTIDO
Coração vermelho. Fundado em 1913 pelo trovador Lindolfo Monteverde, que prometeu a São João, caso melhorasse de uma doença, sair todo ano com o boi. Na história de seu nome, uma das hipóteses é o desafio que o repentista Emídio Vieira fez a Lindolfo: "...vou caprichar no meu Boi". E a resposta veio em seguida: "Pois capriche no seu que eu garanto o meu".

Os dois grupos de bumba-meu-boi concorrem, ao boi mais animado no último final de semana de junho. Esse ano, dias 25, 26 e 27/06/2010, quando encenarão lendas amazônicas no Bumbódromo de Parintins. A apoteose é comparada aos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro.

Criatividade e beleza

O universo dos caçadores, pescadores e ribeirinhos, histórias de bichos gigantes, criaturas místicas e seres do imaginário amazônico aparecem na festa. Personagens do "Folclore Brasileiro" como o curupira, mapinguari, cobra grande, boto que vira homem e o duende Neguinho, dentre outros, são reverenciados.

Os dois Bois dançam e cantam durante três horas em cada dia, com ordem de entrada alternada no Bumbódromo dividido ao meio nas cores azul e vermelho. Durante a apresentação de um grupo, a torcida contrária não pode se manifestar, se não perde pontos. Em Parintins, um torcedor de um Boi não fala o nome do outro Boi, apenas diz "o contrário" para se referir ao seu opositor.

O ritual dramatizado teatralmente como ópera, acontece numa arena circular onde desfilam os bois nos seus carros alegóricos, de engrenagem em movimento, e com efeitos especiais. Cada "galera" ou tribo evolui sua coreografia ensaiada. 4 mil foliões no ritmo da toada.

CRONOLOGIA
1913 – nasce o boi-bumbá Garantido.
1925 - fundação do boi-bumbá Caprichoso.
1966 – oficializa-se o Festival de Parintins que se transformou no maior espetáculo folclórico do Brasil.
1988 – inaugura-se o Bumbódromo, o Centro de Convenções Amazonino Mendes.

Festival de Parintins

AFRODISÍACA PARINTINS
A índia de ParintinsConta-se em lenda que as fêmeas de Parintins são quentes porque “a ilha surgiu em cima de uma bota encantada. Conforme o boto ia querendo acasalar, ela ia subindo, subindo e surgiu a ilha”.

Para chegar a Parintins, você tem duas opções: avião ou barco. Uma hora de avião de Manaus ou Santarém e entre 12h e 24h, de barco, subindo ou descendo o rio Amazonas. A melhor locomoção em terra firme é mototaxi.

Parintins é uma cidade simples, hospitaleira, alegre e religiosa. Bicicletas pelas ruas, cadeiras na calçada, missa aos domingos na Catedral de Nossa Senhora do Carmo, padroeira da cidade. Seus primeiros habitantes foram os índios Maués, Sapupés, e Parintins (daí a origem do nome).

OUTROS ATRATIVOS DE PARINTINS
A pescaria, com toda a diversidade de espécies amazônicas em setembro e outubro.
Banhos de rio nas águas doces da Amazônia, desde as claras águas do Uiacurapá, ao agitado lago Macurany, excelente para os amantes de jet-ski e esportes náuticos.

Conheça Parintins

OS PERSONAGENS DA FESTA
O apresentador ou puxador de toadas, que empolga a torcida;
As baterias: a “Batucada do Garantido” e a “Marujada de Guerra do Caprichoso”, que marcam o compasso da evolução;
O “Amo do Boi”, que toca o berrante pra tirar o verso:
“É A CHAMADA DO BOI, QUE VEM PARA BAILAR”.
“SINHAZINHA DA FAZENDA, QUE CHEGA TODA BREJEIRA, COM SEU VESTIDO RENDADO E SUA DANÇA FACEIRA”.
Pai Francisco e Mãe Catirina, os bonecos gigantes, trazidos por Dona Aurora, figura tradicional do Boi de Parintins;
A Porta Estandarte, a Rainha do Folclore e o grande mito Cunhã Poranga, “a moça mais bela da tribo de olhar selvagem, com o corpo emoldurado de penas”.
Tribos masculinas e femininas cheia de cores, luxo e beleza.

Bumbódromo

EXPRESSÕES TÍPICAS
A bela índia de Parintins"Aluá - bebida fermentada, feita a partir do arroz ou do milho
Arraial - Comércio de comidas típicas e atividades sócio-culturais
Asa-dura - avião Banzeiro - ondas de rio muitos altas
Borduna - cassetete
Brincante - folião do Boi-Bumbá
Caqueado - estilo Carapanã - Muriçoca Contrário - Denominação dada ao torcedor do outro boi, em época de festival a rivalidade é tão grande que se recusam a pronunciar o nome do boi "contrário".
Cunhã - mulher
O Boto que vira homemCunhã-poranga - mulher bonita
Figura - Personagem do boi, exemplo: Bicho folharal, Dona Aurora, Neguinho do Campo Grande etc...
Galera - Torcida Marujada de Guerra - Nome dado a batucada do Caprichoso
Palminha - Dois pedaços de madeira retangular (itaúba ou sucupira) usado para marcar o ritmo das toadas
Panuveiro - confusão
QG - local onde são confeccionadas as fantasias
Quiriri - tristeza
Toada - Música
Tripa - pessoa que dança vestido de boi
Tacanhoba - tanguinha."

Ensaio em Parintins

Música do Garantido
BAIÁS DO CÍRCULO SAGRADO
Marcos Boi/Enéas Dias


Selva Amazônica

"Mira maiê, mira maiê, mira maiê ce amú / Mira maiê, mira maiê, mira maiê ce amú – Baiá / Tuxauas tocam tamurás / Convocam as tribos pra dançar / Espíritos purificam o terreiro – para os Baiás / A dança vermelha vai começar / Dança do fogo / Dança da terra / Dança das águas / E do ar... / Mira maiê, mira maiê, mira maiê ce amú / Mira maiê, mira maiê, mira maiê ce amú / Trazendo para quem dançou, ô, ô, ô, ô / Vida plena sem espada ou cruz / Celebrando em círculo sagrado / A união, sol e lua, divina luz / Dança do fogo / Dança da terra / Dança das águas / E do ar... / Mira maiê, mira maiê, mira maiê ce amú / Mira maiê, mira maiê, mira maiê ce amú – Baiá".
Música do Caprichoso
DEUSA DO AMOR
Adriano Fonseca - Adriano Padilha - Elton Jr.



Parintins do Rio Amazonas

"Me conduz em um sonho / Ao dançar ao redor da fogueira / Deusa da paixão / Teu olhar penetrante / Me lança um calor que incendeia / Meus sentimentos fluem / Desaguando nesse mar de emoção / Viajo em meio às curvas do teu corpo / E nesse sonho de magia / Conquistou meu coração / Porta-estandarte / Deusa menina / Criatura de rudá / A tua dança sintetiza os elementos / Em completa harmonia / Terra, fogo, água e ar / O vento noturno / Que beija os teus cabelos ao luar / É o mesmo que tremula o pavilhão / Essa bandeira de um povo aguerrido / A raça de um boi campeão / A mais bela poesia / Se revela em forma de mulher / Eu quero te ver bailar feliz / Empunhando o estandarte / com as cores do meu boi / Porta-estandarte / Deusa menina criatura de rudá / A tua dança sintetiza os elementos / Em completa harmonia / Terra, fogo, água e ar / Porta-estandarte / Deusa menina / Flor singela do amor / Tua beleza me fascina / Traz o azul do Caprichoso / Que cintila no toque do meu tambor".

O Boto de Parintins

Fontes (clique nos links e obtenha mais informações sobre Parintins): Band Parintins, site Parintins.com.br - site da Cidade de Parintins - Wikipédia - site Parintins.com - Portal da Amazônia.

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